Venâncio Aires

Sistema de saúde superlota, e governo emite alerta

Redação

Publicado terça-feira, 05/04/2022, às 19:04

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O governo de Venâncio Aires emitiu um alerta na manhã desta terça-feira (5) para o que classificou como “um dia atípico no atendimento de saúde” do Município, especialmente na UPA do bairro Cruzeiro e no Hospital São Sebastião Mártir.

Foram mais de cem atendimentos registrados nesta manhã, sobretudo casos respiratórios “típicos da mudança climática”, segundo informação da prefeitura. A administração municipal alertou que apenas casos “realmente necessários” buscassem o sistema público de saúde nas horas seguintes ao fim da manhã.

Desde o início da pandemia, é a primeira vez que a superlotação do sistema não é atribuída à covid-19.

Os principais especialistas do Brasil já alertaram que, embora o momento permita protocolos de controle menos rígidos, a flexibilização repentina e irrestrita no uso de máscaras, principalmente em lugares fechados de grande aglomeração, traria de volta maior propagação de doenças respiratórias.

Em alguns países, a própria covid retornou como ameaça ao sistema de saúde, e as máscaras voltaram a ser obrigatórias em ambientes fechados.

Transparência

Há um mês do início da Fenachim, a prefeitura de Venâncio Aires restringiu ainda mais o acesso público aos dados de propagação da covid, contrariando decisão do Supremo Tribunal Federal quanto ao princípio constitucional da publicidade (transparência).

Das maiores cidades dos vales, a Capital do Chimarrão é a única que não divulga dados diariamente. Primeiro, havia anunciado que os boletins seriam emitidos nas segundas e quintas-feiras. Mas nesta segunda-feira (4), não houve envio de nenhum dado sobre a pandemia. O informativo foi liberado no fim da tarde desta terça-feira, após solicitação de nossa reportagem.

Queda interrompida

Após o pico da variante ômicron, Venâncio Aires apresentava queda acentuada nos casos diários de covid. Até que chegou o Carnaval, e a média móvel estabilizou em 16 novos contágios a cada 24 horas.

Depois houve novo período breve de queda. Então a liberação das máscaras fez a média móvel ficar parada novamente, em aproximadamente 12 novos casos por dia. Já são mais de duas semanas nesta faixa.

A média de agora é aproximadamente quatro vezes maior do que a do período de tranquilidade apresentado nos meses de setembro e outubro do ano passado, quando ainda havia medidas restritivas. Também é seis vezes mais alta do que a média de dezembro e nove vezes mais alta do que a de novembro.

Hospitalizações

O Hospital São Sebastião Mártir abriga nesta terça-feira um paciente com coronavírus na UTI e outros três em leitos clínicos. Além disso, um morador de Venâncio está na UTI, em consequência da covid, em Porto Alegre.

Assim como a média de casos, o nível de hospitalizações também já foi melhor. Da metade de setembro até a metade de dezembro do ano passado, o número de hospitalizados, em média, era 40% menor que o atual.

Os dados estatísticos recentes apresentados nesta reportagem são da Secretaria Estadual da Saúde, tendo em vista a falta de constância e previsibilidade dos boletins municipais.


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