Polícia Civil afirma que suposto plano de resgate da Pasc era falso
A Polícia Civil de Charqueadas deflagrou nesta quinta-feira (4) a Operação Culatra, com objetivo de elucidar o caso do suposto resgate de dois apenados da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), descoberto na manhã do dia 28 de outubro, em Charqueadas. As autoridades chegaram à conclusão de que o plano cinematográfico era falso.
Em 28 de outubro, um Kia/Cerato com placa clonada foi localizado com documentos do suposto plano de resgate dos apenados da Pasc, bem como munições calibre .556 e dois coletes balísticos. Desde então, a Polícia Civil considerou duas possibilidades: tratar-se de um plano real ou ser um plano falso, com objetivo de prejudicar os dois apenados, cujas alcunhas constavam nos documentos.
Em ação conjunta com os outros órgãos de segurança, diversas diligências foram realizadas. A Brigada Militar sitiou a cidade de Charqueadas, realizando barreiras e buscas; o Instituto Geral de Perícias realizou perícias nos objetos apreendidos; a Susepe fez buscas nas celas da Pasc; e a Polícia Rodoviária Federal procurou eventuais criminosos que pudessem tentar o resgate.
Investigações
A Delegacia de Polícia de Charqueadas cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências de pessoas ligadas aos apenados alvos do suposto regaste, já na tarde daquela quinta-feira (28), sendo arrecadados elementos probatórios que contribuíram para elucidação do caso, demonstrando que o plano era falso.
Segundo a Polícia Civil “comprovou-se a participação de dois suspeitos na condução do veículo Cerato até a cidade de Charqueadas, ligados a um detento que cumpre pena na Pasc e possui rixa com os dois presos que seriam alvo do suposto resgate, em razão da disputa por pontos de tráfico de droga na região sul do Estado”.
Também foi efetivada a prisão temporária de um terceiro suspeito, envolvido no furto do Cerato, ocorrido na cidade de Novo Hamburgo, no dia 27 de outubro. Este suspeito confessou a armação praticada.
Confissão
O mentor intelectual do falso plano de resgate, ao ser interrogado, também confessou sua estratégia de prejudicar os dois detentos rivais com a possível transferência para presídios federais, segundo a investigação.
O autor do plano falso será responsabilizado criminalmente, juntamente com os demais envolvidos, pelos crimes de associação criminosa, furto, receptação, adulteração dos sinais identificadores de veículo e porte de munição de uso restrito.