Investigado

PF dá 24 horas para que Bolsonaro entregue passaporte

Redação

Publicado quinta-feira, 08/02/2024, às 08:22

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📸 Rede social/reprodução

A Polícia Federal realizou uma operação, nesta quinta-feira (8) pela manhã, na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Angra dos Reis (RJ). Durante a ação, confiscaram o celular de seu assessor, Tercio Arnaud Tomaz, e solicitaram que Bolsonaro entregasse seu passaporte, concedendo-lhe um prazo de 24 horas para fazê-lo.

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Bolsonaro, em resposta, alegou ser vítima de perseguição constante e pediu para ser deixado em paz, destacando que já há outro presidente governando o País. Ele afirmou que está se inteirando das medidas tomadas pela PF e que não poderia fornecer mais declarações no momento.

A operação, denominada Tempus Veritatis (Hora da Verdade), visa investigar uma suposta organização criminosa envolvida em tentativa de golpe de Estado e subversão do Estado Democrático de Direito para benefício político, visando a permanência de Bolsonaro no poder.

O nome da operação remete uma conhecida frase repetida por Jair Bolsonaro, extraída da Bíblia: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

Além da residência de Bolsonaro, outros alvos da operação incluem ex-ministros de seu governo, como os generais Augusto Heleno e Braga Netto, assim como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira.

Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

A investigação

Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

ℹ️ PF e Folha de S. Paulo.

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