Reclamação de pacientes

Para secretário, não há cenário de ‘caos’ na Saúde de Venâncio

Redação

Publicado domingo, 10/04/2022, às 20:04

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???? Richard Dettenborn/arquivo

Nesta semana, usuários do sistema público de Saúde de Venâncio Aires reclamaram de longas esperas, poucas fichas nos postos e definiram como ‘caos’ a área da saúde no Município. O ponto alto das reclamações ocorreu na terça-feira (5), quando pacientes da UPA do bairro Cruzeiro — unidade superlotada naquele dia — discutiram com profissionais do local.

O secretário de Saúde, Tiago Quintana (PDT), discordou das afirmações de que o sistema está caótico e prestou outros esclarecimentos, conforme você pode conferir nos tópicos a seguir.

Caos

“Caos seria se não tivesse médicos nos postos, ou se eles estivessem fechados. E as unidades não funcionam mais por “fichas”. Metade do espaço do atendimento é via agendamento, outra metade por acolhimento. Acolhimento é quando a pessoa chega na unidade e é acolhida por um profissional de enfermagem. É verificada a condição do paciente. Se o profissional avaliar que é caso de atendimento no dia, passa para o médico. Se não avaliar que é caso de atendimento no dia, é agendado para a próxima data”.

“Caos seria se a UPA estivesse fechada, o HSSM estivesse fechado, a farmácia municipal estivesse fechada, o SAMU estivesse fechado, exames não tivessem sidos feitos, não tivesse profissionais nos postos, as cirurgias estivessem paradas, a hemodiálise estivesse parada, dentre outros tantos serviços de saúde pública que são feitos pelo SUS.”

Espera superior a 4 horas na UPA

“O tempo de atendimento oscila conforme a quantidade e a complexidade dos atendimentos. Há momentos que chegam casos classificados como urgência e emergência que demanda mais tempo, e são atendidos prioritariamente. Segue tabela do fluxo de atendimento [imagem abaixo]. Há determinados momentos que chegam mais pessoas ao mesmo tempo, por óbvio que demora mais.”

???? Gov. Venâncio Aires

Força máxima na terça

“Na terça-feira havia dois médicos atendendo. A equipe estava completa, conforme o quadro previsto de profissionais. Não tinha ninguém de férias ou afastado por qualquer outro motivo.”

A superlotação na UPA é comum?

“Superlotação seria no caso de internação, o que não ocorre na UPA, onde o fluxo determina que o paciente pode ficar em observação no máximo 24h. Depois, ou ele é liberado, ou vai para o hospital. Ao referir em superlotação, o usuário refere ao tempo de espera, e como dito acima, se chegar uma quantidade grande de usuários em curto espaço de tempo, realmente demora mais para dar vazão.”

Nota da redação:  a palavra “superlotação’ foi usada pelo próprio governo municipal em nota enviada à imprensa às 11h47 do dia 5 de abril.

Por que o hospital só atende casos de extrema urgência, mesmo quando a UPA está lotada?

“Essa é uma boa questão. No dia de ontem [5 de abril], eu (Secretário de Saúde), acompanhado pelo diretor técnico da UPA, às 9h, fui pessoalmente pedir para que auxiliassem [referindo-se ao Hospital São Sebastião Mártir] no atendimento de dez pacientes menos graves, para ajudar na vazão, já que casos menos graves demandam menos tempo de atendimento.”

“Havia sido sinalizado positivamente, mas não ocorreu ao longo do dia. Em conversa com os profissionais do Pronto-Atendimento do hospital, disseram que a demanda ali também estava alta. Ressalto que a Secretaria de Saúde direcionou 20 consultas da UPA aos postos, no dia de ontem [5 de abril], providenciando, inclusive, o transporte dos pacientes que toparam ir para os postos. Casos triados e classificados como menos graves. Sobre só atender casos de urgência, é o entendimento do hospital e o fluxo deve ser questionado a eles.”

Quais protocolos o governo municipal adota para separar, na triagem, pacientes com doenças respiratórias contagiosas de outros pacientes, na UPA e nos postos?

“Cada caso é analisado individualmente com devido atendimento, diagnóstico e tratamento.”

Quantos postos de saúde estão sem médicos no momento?

“Nunca tiveram tantos médicos nos postos como tem hoje. Ampliamos de 100 para 290 horas de médicos de atenção básica na rede, aumento de 190%. São oito novos profissionais que foram inseridos na rede. Atualmente apenas um posto está sem profissional, Gressler II, que a profissional está em licença gestante e estamos tentando contratar um substituto.”

“Só esse ano já estamos no terceiro processo seletivo para contratar profissionais, um por mês. Lembrando que pagamos acima de municípios da região.”

Todos os postos de saúde têm médicos em tempo integral?

“Em tempo integral (dois turnos), apenas as ESFs (Estratégia Saúde da Família) têm dois turnos.”

Quantos postos de saúde estão fechados atualmente?

“Apenas o de Travessa [zona rural], que está interditado pelos engenheiros. Está sendo providenciado a reforma para reabertura esse ano.”

Um usuário ironizou o fato do novo posto de saúde junto à UPA atender apenas quatro dias da semana em meio turno. O horário será ampliado?

“O posto é ao lado da UPA. Esse novo posto iniciará com um profissional médico atendendo quatro dias por semana, no turno da manhã. Será um ganho, porque antes não tinha atendimento do médico de atenção básica lá. Se conseguirmos mais profissionais, podemos sim ampliar o atendimento.”


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