O Carnaval e os riscos da Osvaldo Aranha

📸 Richard Dettenborn/Significa
Na noite deste sábado (10) haverá o primeiro desfile das escolas de samba de Venâncio Aires, na rua Osvaldo Aranha, a principal da cidade. A prefeitura espera cerca de 10 mil espectadores para hoje. É um evento que costuma reunir de crianças a idosos.
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Para quem vai transitar pela Osvaldo Aranha, é preciso ter atenção aos riscos, que vêm de cima a baixo. De toldos desparafusados a rede elétrica exposta na calçada.
Abre-alas
O abre-alas desta reportagem é o esqueleto de um toldo de metal pesado, localizado a aproximadamente 50 metros da prefeitura. Se você aproximar a imagem abaixo, além de ferrugem, vai ver que poucos parafusos ainda seguram a estrutura. Alguém ainda achou por bem depositar tábuas sobre as cabeças de quem passa por ali todos os dias.
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar (CBM), a fiscalização não é atribuição da corporação, contudo, “em caso de risco iminente é realizada vistoria e interdição do espaço, se for o caso.”
Ainda de acordo com o CBM, a atribuição de fiscalização está prevista no Código de Obras do Município. O governo Jarbas da Rosa (PDT) foi questionado duas vezes sobre este e outros casos de risco (veja mais abaixo), mas não respondeu. Nessa sexta-feira (9), dois dias depois do envio das perguntas, o toldo estava na mesma situação.
Águas de fevereiro
Algumas marquises da rua Osvaldo Aranha pingam água mesmo horas depois das chuvas. Um dos locais fica na esquina da rua Barão do Triunfo, em uma edificação onde antes funcionava o Sine.
O risco de colapso aumenta se a água for proveniente de alguma infiltração na estrutura, o que somente um laudo oficial poderia atestar – e para isso seria preciso fiscalização. De qualquer forma, no mínimo, fica o inconveniente para o espectador que se estabelecer perto de uma dessas goteiras para assistir ao desfile.
Ainda na parte aérea, inúmeros cabos soltos poluíam a principal rua da cidade nessa sexta-feira à tarde, apesar do governo municipal ter anunciado, mais de uma vez, “mutirões” para remover esta fiação. Venâncio Aires tem até uma lei específica para isso, mas que raramente é cumprida.
Como o cidadão comum não é especialista em cabeamento, fica impossível para ele saber se aquele fio ao seu alcance – ou ao alcance de uma criança –, está ou não eletrificado.
Sem luz
Menos de um ano depois de concluída a obra de aproximadamente R$ 600 mil para reformar o antigo calçadão, no lado leste (nos limites da praça e da igreja), a prefeitura trocou todos os postes de iluminação. Do lote novo, dois postes foram arrancados há mais de um mês. No chão ficou a parte elétrica, como mostra a foto a seguir.
Passista sem base
Outro ponto de risco na obra de R$ 600 mil da Osvaldo Aranha são os tablados de madeira. Em março de 2023, quando o local tinha apenas três meses de uso, já haviam sido feitas três manutenções nas tábuas, e elas continuam quebrando, como mostra a foto mais abaixo, captada nesta semana.
O risco de lesão ao prender o pé nestas frágeis estruturas fica evidente na imagem. Existem cerca de cinco partes quebradas como essas há mais de um mês sem manutenção.
A obra teve custo extra de aproximadamente R$ 100 mil em relação ao valor inicialmente projetado. Somente os quatro tablados de madeira custaram R$ 45.280 a mais aos contribuintes, para corrigir um erro de projeto.