Vacinas podem vencer no RS

Nove em cada dez mortes por covid em adultos e jovens são de pessoas sem vacinação completa

Redação

Publicado sexta-feira, 12/11/2021, às 22:01

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Levantamento da Secretaria Estadual da Saúde (SES) aponta que 92% dos óbitos por coronavírus no Estado na faixa etária de até 39 anos ocorreram com pessoas sem o esquema vacinal completo.

“Os dados servem de alerta para que a população volte aos postos para completar o esquema básico de duas doses e para que as pessoas acima de 60 anos façam a terceira dose”, recomendou o governo gaúcho.

Divulgados na quinta-feira (11), os dados de óbitos entre não vacinados foram calculados sobre as ocorrências com início de sintomas nas últimas 10 semanas (desde 29 de agosto). Nesse período, foram 516 internações hospitalares de pessoas de até 39 anos por covid-19, sendo 81% sem imunização completa. Desses 516 casos, foram 38 mortes, 92% em pessoas que não haviam feito nenhuma dose ou com apenas uma dose recebida.

No mesmo período, houve cerca de 2,7 mil hospitalizações por conta do coronavírus em pessoas com 60 anos ou mais. Desses, 99,2% não haviam realizado a dose de reforço. Foram 905 óbitos entre esse total de internações, dos quais em 99,3% a pessoa não havia realizado a terceira dose.

Não faz diferença

Isso significa que, segundo estes números apresentados pelo Estado, estatisticamente a dose de reforço não faz diferença para evitar morte após hospitalização, tendo em vista que a proporção de óbitos entre os vacinados com a terceira dose (0,7%) ficou praticamente igual à proporção dos hospitalizados com a terceira dose (0,8%).

O governo estadual não mencionou que a ‘dose três’, até o momento, não está disponível para todos os idosos, pois é preciso levar em conta o intervalo mínimo de seis meses para a ‘dose dois’. Assim, uma pesquisa iniciada em 29 de agosto, como se todos os cidadãos acima de 60 anos tivessem a opção de buscar a dose de reforço desde aquela data, não permite nenhuma conclusão.

Vacinas podem vencer

Os números e percentuais foram tema de reunião entre representantes da SES com o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems). Juntamente com os municípios, o Estado busca mobilizar a sociedade e as equipes de saúde para seguir avançando na campanha de vacinação.

“Esses dados são muito objetivos em mostrar que, na prática, por falta de registro, desleixo ou outra razão, a população está deixando de buscar a proteção coletiva. Corremos o risco de ficar com os estoques cheios de vacina ou então deixar vencer a validade dos imunizantes porque as pessoas não estão buscando as unidades para se vacinar. A situação passou a nos preocupar muito”, afirmou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.

Chefe da divisão epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri aponta ainda o fato de que estamos próximos do verão, período caracterizado por um grande aumento de pessoas no litoral e maior possibilidade de aglomerações.

“São situações que podem fazer com que tenhamos um aumento do número de casos, favorecendo a formação de novas variantes com maior potencial de transmissão”, alertou Tani. “Ainda não temos evidências científicas suficientes que indiquem qual é a cobertura vacinal ideal da população para quebrar a cadeia de transmissão do coronavírus”, acrescentou.

Quase 1 milhão

Outro dado que preocupa as autoridades do Estado e municípios é o de pessoas que deixaram expirar o prazo para a segunda dose (intervalo de 28 dias para a Coronavac/Butantan e oito semanas para a Pfizer e Astrazeneca/Fiocruz).

Conforme o registro oficial do sistema de imunizações, é o caso de 968 mil pessoas no RS nesta quinta (11), entre as quais, 715 mil na faixa até os 39 anos.

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