Mulher denuncia agressão durante perícia médica no INSS

📸 PF/divulgação/arquivo
Um caso de suposta agressão e conduta inadequada por parte de um médico perito do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Lajeado está sendo investigado pela Polícia Federal.
A denúncia foi feita por uma mulher de 45 anos, moradora de Santa Cruz do Sul, que procurou atendimento para renovação de benefício por incapacidade na unidade do Vale do Taquari, conforme apuração do jornal Gazeta do Sul.
Segundo relato prestado à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, a paciente, que sofre de diversas comorbidades — entre elas fibromialgia, artrose severa, hipertensão arterial e neuropatia —, passou por um atendimento marcado por rispidez, descaso e violência física. Por questões de segurança, sua identidade foi preservada.
Como não havia vagas para perícia em Santa Cruz do Sul, a mulher foi encaminhada para a agência de Lajeado. Apesar das limitações físicas, ela compareceu presencialmente à unidade na última segunda-feira (19).
Tapa e força excessiva
Durante a consulta, afirmou ter sido tratada com descortesia e desdém pelo perito, que, segundo ela, sorriu de forma irônica ao saber que estava desempregada. A vítima relatou ainda que, mesmo após explicar suas dificuldades de locomoção, o médico se recusou a ajudá-la a subir na maca.
Em seguida, durante o exame, o profissional teria apertado braços e punhos da paciente com força excessiva, ignorando seus pedidos para interromper os movimentos devido à dor.
Em determinado momento, após relatar incômodo, ela teria recebido um tapa na mão esquerda. “Questionei: ‘doutor, o que é isso?’ Isso que o senhor fez, doeu. Ele só pediu que eu deitasse”, contou.
Crueldade
A vítima ainda relatou que teve a perna torcida e que gritou de dor durante a avaliação, descrevendo o ato como “crueldade”. O atendimento teria sido finalizado de forma ríspida, sem qualquer explicação adicional. Em estado de choque, a mulher procurou apoio jurídico e registrou boletim de ocorrência.
A delegada Raquel Schneider, da Polícia Civil de Santa Cruz, confirmou que recebeu o registro e, por se tratar de um órgão federal, o caso foi encaminhado à Polícia Federal (PF).
O delegado Gustavo Schneider, responsável pela apuração na PF, confirmou a instauração do inquérito, mas não forneceu detalhes até o momento. A reportagem da Gazeta do Sul tentou contato com o INSS de Lajeado, que não se manifestou.
A mulher declarou que busca justiça para evitar que outros segurados passem por situação semelhante. Atualmente, ela está sem renda fixa e depende do auxílio de familiares e amigos.
ℹ️ Gazeta do Sul