Motorista que deixou local de acidente com seis mortos é político
📷 PRF
Avançadas horas da noite. Um carro bate na traseira de outro em alta velocidade, provocando morte. O motorista causador, que antes estava em um evento social, deixa a cena do acidente sem prestar socorro, esclarecimentos ou soprar o bafômetro. E a polícia só vai ouvi-lo quatro dias depois. Parece o caso do playboy do Porsche azul (link no fim desta matéria), mas não é.
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Ivan Rafael Trevisan (MDB), ex-vice-prefeito de Pantano Grande, é o principal investigado como causador do acidente que deixou seis mortos e dois feridos, na BR-471, em Rio Pardo, na noite dessa quinta-feira (18). Ele também foi vereador em três mandatos, no mesmo município.
Trevisan, de 62 anos, dirigia um utilitário esportivo Toyota RAV4 e participou de um evento político em Rio Pardo antes do acidente, conforme apuração do jornal Gazeta do Sul, de Santa Cruz. Não havia outra pessoa no carro com ele. Conforme depoimento do motorista do caminhão que também se envolveu nessa batida mortal, o Toyota vinha no sentido oposto, em alta velocidade.
O acidente ocorreu quando o RAV4 colidiu na traseira de um Fiat Palio, que foi empurrado para a contramão e colidiu com o caminhão Mercedes-Benz LS 1935 branco.
As seis pessoas no Palio foram arremessadas para fora do carro e morreram na hora. Quatro delas ficaram sobre a BR-471 e duas no matagal, às margens.
O motorista do caminhão, Luis Cláudio Mendes, de 63 anos e morador de São Lourenço do Sul, foi levado ao hospital e testou negativo para ingestão de álcool, além de receber atendimento médico.
Ferimentos leves, sono pesado
Trevisan, ainda segundo apuração da Gazeta do Sul, teria pegado carona com duas pessoas (ainda não se sabe quem), antes da chegada da Polícia Rodoviária Federal, e se dirigido a um posto de saúde de Pantano Grande, onde recebeu atendimento por uma hora e meia e foi para casa dormir. Seus ferimentos foram considerados leves, em uma das mãos.
No dia seguinte, a Polícia Rodoviária Federal bateu à sua porta, mas a esposa do político disse que ele estava em “estado de choque” e ainda dormindo. Os agentes federais foram embora sem ouvi-lo, conforme a Gazeta do Sul.
O depoimento do político é aguardado na Delegacia de Polícia de Rio Pardo nesta segunda-feira (22), quatro dias depois do acidente com seis mortes.
Preso
Em tempo: depois de dezenas de reportagens dos principais veículos de imprensa do País, em que os repórteres conseguiram juntar mais provas do que a própria polícia, o motorista do Porsche azul, Fernando Sastre de Andrade Filho foi preso e enviado à penitenciária de Tremembé, no interior paulista, onde continua.
Policiais que atenderam a ocorrência estão sendo investigados no âmbito da corregedoria da polícia do Estado de São Paulo por não terem oferecido o bafômetro a Fernando – nem citado sinais de embriaguez dele no relatório do acidente – e por terem permitido que o motorista do Porsche se retirasse do local do acidente.
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