Hospital Ana Nery rompe contrato com empresa investigada

📸 Polícia Federal
O hospital Ana Nery, de Santa Cruz do Sul, anunciou na manhã deste sábado (15) a rescisão do contrato com a CAF Representação e Intermediação de Negócios, empresa responsável pela captação de emendas parlamentares.
A decisão ocorreu após a deflagração da operação Emenda Fest, conduzida pela Polícia Federal (PF) na última quinta-feira (13), que investiga supostos desvios de recursos públicos destinados ao hospital.
Em nota, o hospital afirmou que, ao tomar conhecimento das apurações envolvendo a empresa, optou pela “imediata rescisão do contrato”. A decisão foi justificada como uma medida para garantir transparência, ética e responsabilidade na gestão da instituição.
A investigação da PF aponta que a empresa CAF intermediava a destinação de emendas parlamentares ao hospital e recebia 6% dos valores captados como pagamento. De acordo com os investigados, esse contrato estava dentro da lei, mas, para a PF, “intermediar” a liberação de recursos públicos mediante “comissão” é corrupção.
Hábitos curiosos
Durante as diligências, foram apreendidos mais de R$ 250 mil em espécie nas residências dos investigados (foto acima). Além do curioso e perigoso hábito de guardar alta quantia dentro de casa, na residência de um dos investigados a Polícia Federal descobriu um costume ainda mais inusitado: guardar aparelhos celulares acima do forro de gesso.
Apurações
A operação trouxe à tona suspeitas de corrupção ativa e passiva, além do possível uso irregular de verbas públicas por meio de contratos de captação de recursos. A investigação apura se parte dos valores das emendas era desviada antes de chegar ao hospital.
Entre os repasses analisados, estão três emendas parlamentares do deputado federal gaúcho Afonso Motta (PDT), que somam R$ 1,07 milhão e foram realizadas entre novembro de 2023 e janeiro de 2024.
A Polícia Federal segue investigando o caso, e novas medidas podem ser tomadas conforme o avanço das apurações.