Emei Closs deve ficar anos no endereço provisório

📷 Gov. Venâncio Aires

Nesta semana, o governo de Venâncio Aires enviou um texto informativo à imprensa dizendo o seguinte sobre a futura realocação da escola de educação infantil Frederico Reinaldo Closs, atingida severamente pela enchente de maio, para um prédio alugado, perto da rodoviária, na rua Rufino Pereira:

“Conforme o secretário de Educação, os proprietários do novo espaço onde será instalado o educandário vêm promovendo as adaptações necessárias, como o aumento do número de banheiros já adaptados para a idade, cozinha, refeitório, despensa, lavanderia, divisórias para salas de aulas, sala de direção, instalação de playground externo e área de recreação interna.”

Quem lê a citação acima pode interpretar que os donos do imóvel é que estão bancando as reformas para depois alugar o prédio para o Município. Mas não é bem assim.

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De acordo com o documento público que dispensou a licitação para alugar o imóvel e o próprio contrato de locação, as obras de adequação vão custar R$ 155.242,90 e serão bancadas com dinheiro público municipal, em seis parcelas a serem pagas aos donos do imóvel para que eles executem as adequações.

Os donos do prédio têm até 31 de agosto para entregar o espaço adaptado para utilização das crianças.

O aluguel do prédio custará por mês o valor de R$ 4.500, em um contrato inicial de quatro anos, podendo ser prorrogado sem limite de prazo. Isso indica que a administração municipal, neste momento, não trabalha com a possibilidade de reerguer uma escola perto da anterior – que será inutilizada – no curto e médio prazos.

“As quantidades [de meses] foram definidas em acordo com um tempo mínimo estimado para a reconstrução da escola, porém há de se prever prorrogação, pois não há recursos orçamentários previstos para realização da obra”, diz um dos documentos públicos que servem de fonte para esta reportagem. A se destacar o trecho que diz “tempo mínimo estimado” e o contrato inicial, que é de quatro anos.

O prédio alugado para ser a nova Emei Closs fica a aproximadamente 2,5 quilômetros da escola que existia antes da enchente.

Não vale a pena ver de novo

O governo municipal quer que a nova creche seja bancada com recursos federais. A última experiência desse tipo, de fato, não permite cogitar uma resposta rápida para a sociedade, já que a Emei do bairro Xangrilá, erguida ao custo de milhões de reais da União, virou uma novela de oito anos.

Neste meio tempo, a Capital do Chimarrão foi governada por Airton Artus (PDT), Giovane Wickert (PSB) e Jarbas da Rosa (PDT), enquanto o governo federal passou pelas mãos de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB), Jair Bolsonaro (no extinto PSL) e Lula (PT).

Para desgraça de quem estava na fila de espera por vaga em creche municipal, nem políticos de esquerda, nem de centro e nem de direita ajudaram. E a obra não foi para frente.

Outras informações

As 111 crianças da Emei Closs continuam com as matrículas asseguradas, pois foram realocadas para outra escola da rede municipal ou para a rede privada – compra de vagas.

No entanto, segundo os documentos da prefeitura, não há como mantê-las assim, pois os custos com as compras das vagas de 41 alunos é superior a R$ 40 mil mensais, e a escola municipal que acolheu os demais alunos receberá alunos novos que não possuem vagas em escolas.

Sem resposta

O governo Jarbas da Rosa (PDT) não respondeu as perguntas enviadas pelo Portal Significa sobre esta pauta.