Deputado das emendas ao Ana Nery já foi alvo da PF e virou réu
A operação Zelotes, deflagrada em 2015 pela Polícia Federal, investigou um esquema de corrupção envolvendo o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), um órgão da União.
O deputado federal Afonso Motta (PDT), que enviou ao hospital Ana Nery as emendas parlamentares que estão sendo investigadas pelo Polícia Federal, foi citado nas investigações devido ao seu papel, na época, como ex-vice-presidente jurídico do Grupo RBS, uma das empresas investigadas.
As apurações indicaram que Afonso Motta teria participado de negociatas relacionadas a processos no Carf durante seu período na RBS, antes de assumir o mandato parlamentar.
Denúncia
Em 2018, o Ministério Público Federal apresentou denúncia, mencionando o envolvimento de Afonso Motta nas supostas fraudes fiscais.
A Procuradoria-Geral da República defendeu que as investigações contra ele fossem conduzidas na primeira instância da Justiça Federal em Brasília, considerando que os fatos ocorreram antes de seu mandato como deputado.
Réu
Em 2019, ele virou réu na Justiça Federal de Brasília, acusado de corrupção ativa, estelionato e ocultação de bens no âmbito da operação Zelotes. A denúncia, aceita pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, relaciona-se a um suposto esquema de manipulação de julgamentos no Carf que teria beneficiado o Grupo RBS, resultando no cancelamento de uma dívida tributária superior a R$ 500 milhões. À época dos fatos, Afonso Motta era diretor jurídico da RBS.
Até o momento, não há informações públicas disponíveis que indiquem a absolvição do deputado federal gaúcho em qualquer instância no âmbito da operação Zelotes. O processo continua em tramitação. O deputado nega envolvimento nas irregularidades investigadas.
ℹ️ Estadão, G1, Folha de S. Paulo, Jusbrasil.
