Mulher-veneno

Deise teria entregado aliança um dia antes de morrer na cadeia

Redação

Publicado quinta-feira, 13/02/2025, às 17:28

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📸 Rede social/reprodução

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deve concluir até esta sexta-feira (14) o inquérito sobre o caso do bolo envenenado com arsênio que matou três pessoas da mesma família em Torres, no Litoral Norte, mesmo com a morte da única suspeita.

Deise Moura dos Anjos (foto acima), 42 anos, que foi encontrada morta na cela onde estava presa nesta quinta-feira (13), em Guaíba, será indiciada por três homicídios triplamente qualificados e três tentativas de homicídio.

O delegado Marcus Vinícius Veloso afirmou que o inquérito será finalizado normalmente, mas com um pedido de extinção da punibilidade devido à morte da suspeita.

As vítimas fatais foram Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, 59, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47, filha de Neuza. Outras três pessoas que consumiram o bolo também foram hospitalizadas.

Inimiga da sogra

Segundo a polícia, o alvo principal do envenenamento seria Zeli Teresinha Silva dos Anjos, de 61 anos, sogra de Deise, com quem ela mantinha desavenças há cerca de 20 anos.

Inicialmente detida em Torres, Deise foi transferida para a Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, no dia 6 de fevereiro, por “questões de segurança”, mas durou apenas uma semana no destino.

Em entrevista coletiva no meio da tarde desta quinta-feira (13), o advogado de defesa de Deise criticou severamente o sistema prisional gaúcho e disse que sua cliente estava muito mais segura em Torres.

Aliança e morte

Em mais um capítulo desta que é uma das piores tragédias familiares da história do Rio Grande do Sul, na manhã desta quinta-feira Deise foi encontrada sem vida na cela, com sinais de enforcamento. A Polícia Civil investiga as circunstâncias do óbito, embora nem mesmo o advogado de defesa refute que foi um suicídio.

Segundo informações da CNN Brasil, na véspera de sua morte, Deise foi informada pelo marido, Diego dos Anjos, de que ele queria o divórcio. A mulher presa, então, teria entregado sua aliança de casamento para o advogado que tratava especificamente desta questão familiar.

O casal estava junto havia mais de 20 anos e passava por conflitos intensos, agravados após a morte do pai de Diego, Paulo Luiz dos Anjos.

Deise passou a ser a principal suspeita de ter envenenado o sogro, em setembro de 2023. Inicialmente tratada como intoxicação alimentar, a morte passou a ser investigada após exames do Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmarem a presença de arsênio no corpo de Paulo.

A polícia apurou que ele teria ingerido arsênio misturado a leite em pó e bananas, alimentos levados à sua casa, em Arroio do Sal, por Deise. Esse inquérito será remetido à delegacia de Arroio do Sal para continuidade das investigações.

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