Estupro de vulnerável

Padre que atuava nos vales é condenado a 21 anos de prisão

Carlos André, ex-membro da Paróquia Santa Inês, em Mato Leitão, foi afastado em maio de 2021 pela Diocese de Santa Cruz do Sul e tem a opção de recorrer da sentença dos homens em liberdade

Redação

Publicado sexta-feira, 12/01/2024, às 19:04

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📸 Canva

Mais um dos escândalos sexuais da Igreja Católica teve novo capítulo nesta semana na região. A Justiça, por meio da Comarca de Vera Cruz, sentenciou o padre Carlos André Mueller, de 57 anos, a 21 anos, um mês e cinco dias de reclusão por estupro de vulnerável contra adolescentes. A juíza Fernanda Rezende Spenner, da Vara Judicial local, assinou a sentença.

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Carlos André, ex-membro da Paróquia Santa Inês, em Mato Leitão, foi afastado em maio de 2021 pela Diocese de Santa Cruz do Sul e tem a opção de recorrer da sentença dos homens em liberdade.

O Ministério Público (MP) mostrou que o pároco cometeu os crimes em visitas a Vera Cruz, sua cidade natal, contra adolescentes que seriam parentes dele. Os atos criminosos ocorreram entre 2011 e 2021. A Justiça reconheceu a continuidade dos crimes, resultando em aumento de pena devido às diferentes vítimas.

Detalhes sobre as ações do padre e informações pessoais das vítimas permanecem em sigilo, seguindo o Estatuto da Criança e do Adolescente.

O jornal Gazeta do Sul, em sua apuração, confirmou a condenação com a Diocese de Santa Cruz do Sul, que explicou o procedimento canônico. O vigário-geral, padre Leandro Lopes, afirmou que, ao surgir uma denúncia à Igreja, inicia-se um processo penal administrativo. Uma comissão, formada por um padre, um profissional do Direito e uma psicóloga, analisou a denúncia do MP em relação ao padre condenado.

Após a investigação prévia, se a denúncia for confirmada, a Santa Sé, em Roma, é notificada, iniciando um processo de investigação canônica mais aprofundado. O padre foi afastado temporariamente antes da investigação prévia, vivendo em local sem contato com pessoas vulneráveis.

Sigilo sagrado

O processo na Diocese de Santa Cruz foi concluído e enviado à Santa Sé, mas os detalhes não foram divulgados, como é praxe em escândalos da Igreja Católica, apesar dos esforços do Papa Francisco em aumentar a transparência em relação aos crimes praticados por sacerdotes.

A Diocese aguarda a resposta de Roma para determinar se Carlos André continuará como padre. Enquanto isso, as vítimas aguardam novo passo da Justiça terrena para ver se o padre continuará em liberdade. Ele permanece afastado de suas atividades públicas, e seu paradeiro é mantido em absoluto sigilo.

Sigilo também é a palavra de ordem no caso do padre Mauro Organista, esfaqueado em Cruzeiro do Sul, no dia 7 de agosto de 2022. A Diocese de Santa Cruz do Sul, desde então, passou a apurar a conduta do religioso nascido no México, sob suspeita de que ele mantinha relações homoafetivas com o suspeito do crime, de 18 anos.

Neste caso, não há crime na esfera civil – pelo contrário, o padre foi vítima –, mas a Igreja Católica não tolera relacionamentos íntimos em sua fileiras. O religioso voltou para o México dias depois de sair do hospital.

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