Justiça condena réu que matou vítima por “pacto com o Diabo”
O réu acusado de matar um homem em consequência de “pacto com o Diabo” foi condenado ontem (3) pelo Tribunal do Júri da 3ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre a 27 anos e 3 meses de reclusão, pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e furto qualificado.
Érin de Melo de Almeida e sua companheira, Pâmela Danusa Viana Santos, respondem pela morte de Romualdo da Silva, ocorrida em setembro de 2016. O processo foi dividido e ela será julgada separadamente.
Caso
De acordo com o Ministério Público, autor da ação, Romualdo trabalhava com transportes, e o casal de acusados pediu que ele o levasse até um sítio. No trajeto, teriam agredido o motorista com golpes de faca e o asfixiado até a morte. Ainda conforme a denúncia, o motivo do crime seria oferecer a alma da vítima em sacrifício ritualístico ao Diabo.
Romualdo foi amordaçado e teve as mãos amarradas. Seu corpo, que só foi encontrado quase um mês depois do crime, foi deixado em uma vegetação, em Canoas. Após deixá-lo ali, o casal levou o automóvel (Toyota Hilux) e o celular da vítima. O veículo foi encontrado dias depois, em Esteio.
Júri
O julgamento realizado ontem foi presidido pelo juiz Orlando Faccini Neto, o mesmo que conduziu o julgamento dos quatro réus do caso da Boate Kiss. O conselho de sentença, formado por sete jurados, acolheu a tese da acusação, condenando o réu.
“A forma como o delito foi cometido, em situação sacrificial, assinala clara hipótese de execução, a revelar intensidade do dolo e desembaraçada vontade de matar, o que impõe, nas circunstâncias, análise em desfavor do acusado”, considerou o magistrado. Cabe recurso da decisão.