Máscaras e crianças

Entidades repudiam decreto de Eduardo Leite

Redação

Publicado quinta-feira, 03/03/2022, às 08:52

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Pelo menos 10 entidades e associações do Rio Grande do Sul repudiaram a decisão do governo Eduardo Leite (PSDB) de desobrigar o uso de máscaras para crianças de até 11 anos. As entidades contestam os argumentos científicos do Piratini e afirmam que a decisão do governador não poderia contrariar lei federal em vigência. A principal contrariedade diz respeito aos ambientes de ensino.

O Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS) disse ao Portal Significa nesta quarta-feira (2) que enviou correspondência ao governo do Estado, às prefeituras e às mantenedoras das escolas, defendendo a manutenção da obrigatoriedade do uso de máscaras dentro das instituições de ensino por todas as faixas etárias acima dos 6 anos de idade.

O Sinpro/RS argumenta que o ambiente escolar é um espaço de aglomeração. “Além disso, pelos dados do governo, menos de 50% da população nesta faixa etária [menos de 12 anos] está vacinada, e a variante ômicron tem índices de contágio muito elevados”, completou.

Para o Sinpro/RS, a proliferação da covid-19 nos ambientes escolares poderá se expandir, levando a mais afastamentos de professores e estudantes das aulas presenciais.

RS no ranking

No início da semana, nove entidades, incluindo o CPERS (segundo maior sindicato da América Latina), o Conselho Estadual de Saúde, o Conselho Regional de Enfermagem e o Sindisaúde emitiram nota conjunta, repudiando a decisão do governo do Rio Grande do Sul.

De acordo com as entidades, com uma semana de aulas presenciais, os registros de casos positivos de covid já extrapolam as projeções mais negativas e se somarão aos casos resultantes das aglomerações do feriado de Carnaval.

Segundo a nota, a taxa de óbitos também cresceu, colocando o Estado como a segunda maior taxa do País: de 3,31 óbitos para cada 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é 2,39.

“Para enfrentar com responsabilidade este cenário, largamente previsto por especialistas e até mesmo óbvio, o governador deveria providenciar distribuição gratuita de máscaras PFF2 ou N95, organizar equipes de vacinação para percorrer as escolas públicas e promover campanha pública efetiva pela vacinação de todas as pessoas”, defenderam as associações, conselhos e sindicatos que assinaram a nota.

Orientações

Segundo a epidemiologista Cynthia Molina Bastos, diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), uma nota técnica orientando as escolas deve ressaltar a importância do uso da máscara pelos estudantes. O documento foi prometido para terça (1º) e agora a promessa é de que seja divulgado até o fim de semana.


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