Venâncio Aires

Documento judicial revela detalhes do crime atribuído a Dieike

Redação

Publicado segunda-feira, 10/03/2025, às 18:26

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📸 Divulgação

O mandado de prisão preventiva de Dieike Andrigo de Mello, pelo assassinato de Jonas Ricardo Stölben, ocorrido em Venâncio Aires, revela detalhes de um crime planejado, executado com extrema violência e que colocou a vida de mais pessoas em risco.

Segundo o inquérito policial, Dieike, ex-marido de S., que possuía medidas protetivas contra ele, teria armado uma emboscada para a vítima. O acusado foi preso nesse sábado (9), em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. A cidade faz fronteira com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e abriga cartéis internacionais do tráfico de drogas e crimes associados.

Rondando

De acordo com depoimentos e imagens preliminares analisadas pela polícia, Dieike rondava a casa da ex-mulher antes do ataque, observando os movimentos da residência. No momento do crime, ele chegou ao local dirigindo um Fiat Uno branco e disparou contra Jonas, que estava dentro de um Chevrolet Celta. A vítima tentou fugir, mas foi atingida pelos disparos e colidiu contra veículos estacionados, antes de morrer dentro do próprio carro.

O mandado judicial também traz elementos da investigação que apontam que a testemunha F., que aguardava para entrar na casa de S., relatou ter visto Dieike atirar contra Jonas. Ao perceber a ação, ela correu para a calçada, momento em que o suspeito também atirou contra ela. F. conseguiu se proteger atrás de uma árvore, escapando ilesa.

Depoimentos contundentes

Os depoimentos das testemunhas foram considerados seguros e consistentes pela polícia, apontando Dieike como o autor dos disparos. Além disso, imagens de câmeras de segurança reforçam a dinâmica do crime, mostrando o suspeito rondando a residência antes do ataque.

No local do crime, peritos apreenderam cinco estojos de munição calibre .380 – de uso restrito –, correspondentes à arma usada no homicídio. Também foram recolhidos o celular da vítima, pertences pessoais e o veículo Celta.

Crime como modo de vida

Com base nas provas apresentadas, a Justiça decretou a prisão preventiva de Dieike Andrigo de Mello, destacando sua periculosidade e histórico criminal. O Ministério Público reforçou que há elementos que indicam agravantes, incluindo violência de gênero.

A juíza Cristina Margarete Junqueira escreveu no mandado:

“Mas não é somente a gravidade do delito, tem-se também a periculosidade do representado, que, ao que se tem da certidão de antecedentes acostada, possui sentença penal condenatória transitada contra si evidenciando que faz do crime seu modo de vida e não teme as consequências de seus atos, tanto assim que, mesmo com medida protetiva proibindo-o de se aproximar da residência de sua ex-companheira, lá estava e agiu contra pessoas que chegavam ao local.”

No documento, assinado em 29 de setembro do ano passado, a juíza determinou também a busca e apreensão da arma utilizada no crime, uma pistola calibre .380, além do telefone celular do suspeito, em um imóvel rural em Linha Coronel Brito. Os itens não foram localizados, em consequência da fuga do suspeito.

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